Mark Surman, diretor executivo da Mozilla Foundation, fez uma palestra de “recrutamento” nesta sexta-feira (1º) na Campus Party Brasil 2013. O executivo da empresa que criou no navegador Firefox apresentou um projeto ambicioso de sua empresa: transformar os internautas em desenvolvedores.
Durante sua conversa com os campuseiros no palco principal do evento, o ativista e executivo na área de tecnologia há mais de 20 anos falou sobre o lançamento do celular com o Firefox OS, a história do navegador da raposa de fogo e o futuro da internet aberta e acessível aos usuários. Surman comparou a rede a uma combinação de vários blocos de lego.
De acordo com levantamento da empresa, dez milhões de pessoas devem passar para o lado do desenvolvimento nos próximos anos. Para alimentar este mercado, a Mozilla espera que linguagens de programação sejam ensinadas nos colégios e acessíveis aos internautas.
O executivo convocou os campuseiros a ensinarem outros internautas e prometeu um evento para promover o Mozilla Web Maker entre os brasileiros entre junho e setembro deste ano.
- As pessoas deveriam aprender gramática, matemática, ciências, linguagem de programação e depois artes, nesta ordem de importância. Ajudem-me a construir uma web melhor e um mundo melhor.
Smartphone com Firefox OS
Surman também comentou sua expectativa a respeito do smartphone com o Firefox OS que a Mozilla pretende lançar e, com isto, aquecer o mercado de desenvolvedores para celulares. Durante a Campus Party, a Mozilla revelou que o telefone deve ser vendido no Brasil por R$ 150.
- Espero que daqui a um ano todos vocês tenham um [Firefox Phone] nos bolsos. Nós vamos mostrar ao mundo como este lego funciona, como é mantê-lo vivo.
De acordo com o CEO da Mozilla, o mercado telefones não demonstra o verdadeiro poder da rede pois só existem duas opções concorrendo pelos consumidores: o iOS da Apple e o Android do Google.
Acredito que o Firefox OS vai moldar a forma como as outras plataformas funcionam.
Firefox salvou a internet
Para mostrar como o Firefox OS tem espaço, Surman comentou sobre o monopólio da Microsoft em 2003, com o Internet Explorer 6. Na visão do ativista, o poder quase fez com que a internet se perdesse: “nesta época a internet era controlada mais por empresas do que por pessoas”, afirmou.
- Dois mil e três foi um ano de m**** para a internet. Porque as pessoas viam a internet através dos olhos da Microsoft, por meio do monopólio. O Firefox mudou este equilíbrio de poder e trouxe a rede de volta. A única coisa que existia em 2003 e continua sendo usada é a Wikipédia. Todas essas outras coisas [aponta para logo do Gmail, Twitter e Facebook] só surgiram depois. Em 2003 a web ainda era uma porcaria.
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